Polícia

Crime esclarecido: Horas depois do assalto, suspeitos são presos

Crime esclarecido: Horas depois do assalto, suspeitos são presos

O jornalista da rádio 97 FM e jornal Pontal, Samir Alouan Bernardes, a esposa e a filha de apenas quatro anos viveram momentos de horror ao serem rendidos por dois homens armados e encapuzados que invadiram na tarde de domingo (21) a residência do casal localizada na Rua Afonso Pena, bairro Princesa Isabel.

Samir conta que os bandidos conseguiram entrar pelos fundos acessando uma casa abandonada que faz divisa com o muro de sua residência. Como estava bastante calor, ele resolveu deixar a porta da cozinha aberta, momento em que os assaltantes renderam a esposa do jornalista. “Eu estava no quarto descansando. Ouvi seu grito de desespero e quando me aproximei, um deles estava com a arma apontada para a cabeça dela e nossa filha próxima vendo tudo”, relata.

Com os três já rendidos, começou a sessão de tortura psicológica contra mulher e filha, e também física contra o jornalista que por diversas vezes foi agredido com socos e chutes nos braços, pernas e a golpes de coronhadas e de podão na cabeça e nas costas. De acordo com Samir, os bandidos perguntavam o tempo todo por objetos de valor como joias, dinheiro, arma e cofre. “Em busca do que queriam eles reviraram toda a casa”, relata.

Como o tempo ia passando e os assaltantes não conseguiam o que queriam, a situação foi ficando ainda mais tensa. Um deles demonstrava um comportamento mais tranquilo e o outro mais agitado. A situação piorou quando um dos bandidos perdeu na casa uma das armas do crime, um simulacro de uma pistola. “Nessa hora, pensando que era eu o responsável pelo sumiço, eles amarraram meus pés e mãos e colocaram um cabo de madeira entre os meus membros”, informa.

Em outro momento do assalto, um dos autores obrigou a vítima, que nessa hora já se encontrava no quarto amarrada e deitada no chão, a beber em menos de 10 minutos um litro de pinga. “Eu que não bebo tive que cumprir a exigência do bandido, já que estava o tempo todo sob a ameaça de uma arma”, conta.

Depois de duas horas de horror, os bandidos já de posse de alguns pertences da vítima como notebook, aparelhos celulares, máquina fotográfica, resolveram deixar a residência, mas não antes de levar a motocicleta pertencente ao pai de Samir. Como eles não conseguiam fazer o veículo funcionar, tiveram que contar com a ajuda do jornalista. Depois disso, um dos assaltantes ainda tentou retornar à cozinha, mas foi impedido pela vítima que com a força do corpo conseguiu segurar a porta. “Com uma faca ele quebrou o vidro e os estilhaços feriram meu cotovelo esquerdo”.

Assim que os bandidos fugiram, Samir que foi desamarrado pela esposa, saiu à procura de ajuda conseguindo abordar numa rua próxima um taxista que ligou para Polícia Militar que rapidamente chegou ao local dos fatos. “Minha preocupação o tempo todo não eram os objetos levados e sim a minha vida e a de meus familiares”, lembra.

Ele se emocionou ao lembrar-se da reação da filha que perguntada por um dos assaltantes se gostava de brincar de polícia e ladrão, com apenas quatro anos de idade, a menina demonstrou muita maturidade ao responder que não porque os dois estavam agredindo seu pai. “Agradeço muito a Deus por nada de mal ter acontecido com as duas”, afirmou.

Ainda de acordo com o jornalista, em determinado momento do assalto, um dos homens chegou a ameaçá-lo dizendo que era para ele não falar nada sobre o ocorrido na rádio 97 FM, empresa onde a vítima trabalha. Samir disse que não iria se intimidar porque está cumprindo o seu papel de jornalista, e que, a exemplo do que acontece com pessoas vítimas da violência, fatos como esse devem sim ser levados ao conhecimento das autoridades de segurança pública para que sejam tomadas medidas que visam garantir a segurança e a paz da sociedade.

Por mais difícil que tenha sido a experiência vivida, Samir diz que aos poucos está retomando a sua vida e de seus familiares. Que se sente muito agradecido pelo carinho recebido da equipe de trabalho da rádio 97 FM que foi à sua casa assim que soube do ocorrido, bem como pelas mensagens de conforto de amigos e familiares. “Isso demonstra que nosso sentimento é recíproco. Não faço mal a ninguém. Peço a Deus que a gente se una para que tenhamos uma comunidade mais segura”, finalizou.

 

PRISÃO

Poucas horas depois do roubo praticado contra Samir e sua família, o roubo praticada na residência do casal já estava praticamente esclarecido. A Polícia Militar de Frutal, o grupo GPEMOR, as equipes do turno, patrulha do serviço comunitário, o serviço de inteligência da PM e agentes civis, deram uma resposta rápida ao crime ao localizar já na manhã de segunda-feira (22), a motocicleta roubada que estava sem a placa de identificação e que foi abandonada nos fundos do cemitério.

A partir daí, iniciaram intensos rastreamentos que resultaram no início da tarde ainda de segunda na prisão do primeiro suspeito Alex Barbosa dos Santos, 41 anos, apontado como mentor do assalto. Horas depois também estava preso Rodrigo Silva Ramos (Gambá), de 33 anos, suspeito de repassar informações da residência aos comparsas, depois do mesmo ter feito há poucos dias um trabalho de jardinagem na casa de Samir e de ter ficado do lado de fora vigiando a residência. O terceiro suspeito do roubo Carlos Henrique de Oliveira Nascimento (Paizim), 24 anos, suspeito de ter invadido a casa junto com Alex, foi preso na tarde de terça-feira (23), quando foi localizado pelos militares na rua 13 de Maio, bairro Nossa Senhora do Carmo.

De acordo com o sargento da PM Igor Diniz, o sucesso das prisões se deveu mais uma vez à participação da comunidade fazendo denúncias e ao esforço dos militares que se empenharam o tempo todo para o esclarecimento do crime e para dar uma resposta à sociedade. Ainda segundo o militar, contra Alex e Paizim já haviam mandados de prisão por quebra de condicional. Contra ambos também pesa a condenação pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte), ocorrido há alguns anos contra um idoso que morava no centro da cidade.

Quanto aos objetos levados da residência, Alex informou aos militares que o notebook foi quebrado e a máquina fotográfica estaria intacta, mas ambos até o fechamento desta edição ainda não haviam sido localizados. Nesse sentindo, o jornalista Samir Alouan ao parabenizar o trabalho e o empenho dos policiais, pediu que se alguém tiver alguma informação de seus pertences que são suas ferramentas de trabalho que devolvam o quanto antes, ou mesmo faça a denúncia por meio do 190 (Polícia Militar) e 181 (Polícia Civil).

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