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Prefeitura de Frutal cancela a Pesca Comunitária

Prefeitura de Frutal cancela a Pesca Comunitária

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A Prefeitura de Frutal anunciou o cancelamento do evento de Pesca Comunitária que seria realizada no dia 03 de Abril. A notícia foi dada em 1ª mão ao Jornal da 97FM pelo Secretário de Meio Ambiente, José de Souza Silva Neto.

De acordo com o Secretário, devido às condições apontadas pelo pesquisador, o mais seguro é suspender o evento até que a água esteja em condições ideais para o consumo dos peixes que vivem ali no lago.

Os peixes que estão no terceiro lago do Parque foram soltos recentemente no local após serem arrematados em um leilão em favor do Hospital do Câncer. A intenção era justamente poder proporcionar, no futuro, momento de lazer para a população. No entanto, a presença de “coliformes fecais” e possivelmente de outros microorganismos poderia resultar em problemas de saúde para a população. Assim, a medida correta foi adotada: realizar exames aprofundados e verificar se há condições do consumo da carne dos peixes daquele local.

Desde que foi anunciada a pescaria comunitária no Parque dos Lagos de Frutal, Rodrigo Portari questionou se seria viável o consumo dos peixes daquele local em vista a qualidade da água dos lagos. Preocupado com essa situação, foi informado pelo diretor da UEMG, professor Dr. Allynson Fujita, que o professor Dr. Rodrigo Millan (mestre em aquicultura, doutor em microbiologia e pós-doutor em aquicultura) desenvolve um projeto de pesquisa que, justamente, está analisando a qualidade das águas do lago.

O Professor Rodrigo Millan fez coletas nas águas do lago no dia 30 de março, quarta-feira, e procedeu análises da presença de coliformes fecais na água dos lagos. E os resultados foram o esperado: há uma contaminação acima dos níveis aceitáveis pelas leis ambientais e o consumo desses peixes não é recomendado pelo pesquisador. Para se ter uma ideia, o nível tolerável é de 1.000 coliformes para cada 100ml de água. Só no terceiro lago, que fica ao lado da avenida Brasília, a totalização chegou ao número de 16.000 coliformes em 100ml, ou seja, um nível 16 vezes maior do que o tolerável em águas como os lagos.

“O risco de consumir esse peixe é alto, especialmente pela contaminação cruzada. Quando a pessoa faz a retirada de escamas e das vísceras, acaba fazendo na mesma tábua onde vai preparar a carne e retirar os espinhos. As bactérias que saem das escamas e vão para a tábua podem contaminar a carne do peixe. Não há trabalho que comprove a contaminação direta da carne do peixe, mas essa contaminação cruzada é muito comum e deve ser evitada”, explica.

Em relação ao que significa, na prática, o que é coliforme fecal, o professor explica que são coliformes presentes no trato intestinal de animais homeotérmicos (cães, gatos, patos, homens, etc.). A presença desse nível elevado de coliforme no lago pode estar ocorrendo porque há fezes caindo diretamente na água do lago. “Isso pode ser por esgoto que está caindo no lago ou fezes de animais que estão sendo carreadas pela chuva. Não posso afirmar categoricamente, mas eu acredito que haja algum ponto onde há esgoto caindo na água do lago”.

Rodrigo Millan explica ainda que junto com as fezes podem aparecer outras bactérias que são prejudiciais à saúde humana, que é a maior preocupação do pesquisador. Para reverter esse tipo de contaminação é preciso identificar a causa dela. Se for por esgoto, deve ser desviado dos lagos. Se for por outras causas, há tratamentos biológicos que podem ser adotados para reverter esses níveis de contaminação.

Conforme o professor, o projeto de pesquisa desenvolvido por ele tem duração de 8 meses e as coletas iniciais começaram nesta semana. Ele afirma que a situação atual dos coliformes fecais é situação de momento e que nas próximas seis análises ele poderá apontar exatamente qual é a condição das águas dos lagos. “Outra coisa importante é que a qualidade da água influi diretamente na saúde do peixe. Acredito que esses peixes estão comprometidos dado as primeiras análises feitas. Eles estão em níveis de estresse muito alto, apesar do nível de oxigênio estar bom, acima de 4 miligramas por litro. Mas há outras condições, como alta condutividade elétrica, que corrobora a ideia de algum esgoto estar caindo ali. Isso enriquece a água de nutrientes e acarreta uma série de problemas para os peixes”, alerta.

Fonte: Blog do Portari

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